segunda-feira, 7 de junho de 2010

Psicólogos Comportamentais por trás de Barack Obama


“Estou lhe pedindo para acreditar.
Não apenas na minha habilidade para promover mudanças em Washington…


Estou pedindo para você acreditar na sua própria capacidade de mudar”

            Barack Obama  (mensagem em destaque na página oficial do presidente)

Mudança é a palavra de ordem do Governo Obama. Mas o que é que precisa ser modificado? As leis ou a burocracia de Washington? As políticas públicas? O comportamento dos governantes? Ou o comportamento de todo o povo americano?


Desde sua campanha, Obama deixou claro que as mudanças que estava propondo implicariam em uma radical mudança de referencial sobre o que é o Governo, sua função social e a sua relação com o dia-a-dia do povo que compõe a nação.A revista TIME de abril de 2009 publicou reportagem apresentando os fundamentos de parte daquilo que está orientando a gestão de Obama para lidar com a mudança. Não é de estranhar que uma grande equipe de psicólogos e economistas comportamentais sejam as referências orientadoras daquilo que está sendo proposto pelo novo presidente.A mudança de referencial, de um sistema econômico Neoclássico para a Economia Comportamental, implica em drásticas mudanças nas deliberações governamentais e na relação entre Estado e cidadãos. Na Economia Comportamental fica explicitado o grau de influência do Estado sobre as decisões que cada indivíduo toma em seu dia-a-dia. E isso assusta muita gente. Saber que o governo, de certa forma, controla as decisões que tomamos gera insegurança e desconfiança. Por outro lado, no sistema econômico neoclássico, também não estamos livres de controles. Mas esses, ao invés de serem exercidos pelo Estado, ficam sob os cuidados dos marketeiros e empresários que são livres para criar estimulações ou tabus sobre o que parece ser “certo” ou “errado”, “chato” ou “legal”, “in” ou “out”.

Somos humanos e qualquer uma de nossas decisões não é “livre”, no sentido de isentos de influências múltiplas. Levamos em consideração muitos aspectos para tomar uma decisão, por mais irracional que ela possa nos parecer. O que Obama ao adotar a Economia Comportamental como referencial para suas deliberações está fazendo é explicitar parte dessas influências que nos afetam e, principalmente, criar condições que ajudem as pessoas a optar por condutas mais compatíveis com aquilo que se considera ser um bem para a cultura.

Artigo publicado na revista TIME em abril de 2009 e traduzido por Hélder Lima Gusso com colaboração de Murilo Garcia, Olavo Galvão e Angelo Sampaio. Se você tiver sugestões de aperfeiçoamento ou correções dessa tradução, nos envie . 

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