terça-feira, 8 de junho de 2010

Psicólogos Comportamentais e as decisões de Barack Obama



Todos sabemos que Obama ganhou a eleição por parecer mudança, soar como mudança e nunca parar sua campanha por mudança. Mas ele não declarava mudança apenas em Washington - ou mesmo mudança apenas nos Estados Unidos. A partir de suas declarações de que “mudança vem de baixo para cima” para suas advertências acerca de “uma era de profunda irresponsabilidade”, Obama apelou à mudança nos americanos [de seus comportamentos]. E não apenas nos banqueiros e agentes de seguro - mas em todos nós. Seu mantra “nós somos a mudança que estávamos esperando”, pode parecer como um dialeto da hora, mas estava de fato no cerne de sua agenda.

Na verdade, Obama está apostando sua presidência em nossa capacidade de mudar nossos comportamentos. Suas principais prioridades - economia, saúde e energia - dependem disso. Temos de gastar mais dinheiro agora para evitar uma depressão financeira a curto prazo e, em seguida, guardar mais dinheiro mais tarde, para garantir o futuro econômico de longo prazo. Temos que consumir menos energia para reduzir as nossas importações de petróleo e as emissões de carbono, bem como nossas despesas domésticas. Precisamos parar de fumar e evitar outros comportamentos arriscados que trazem danos à saúde das pessoas e aumentam os custos dos cuidados de saúde que estão devastando a “saúde fiscal” do país. Basicamente, nós precisamos fazer melhores escolhas - sobre hipotecas e cartões de crédito, seguros e planos de aposentadoria - assim não precisaremos de ajuda pelo caminho.

O problema, como qualquer pessoa que tenha um parente guloso ou um alcoolista na família, ou que estoura constantemente o limite do cartão de crédito sabe, é que velhos hábitos são difíceis de mudar. A tentação é forte. Nós somos fracos. Temos abundância de gurus, apresentadores de TV e celebridades nos dizendo para poupar energia, perder peso e viver com nossos próprios recursos, mas ainda estamos dependentes do petróleo, comida gordurosa e dívidas financeiras. É justo perguntar se somos mesmo capaz de mudar.

Mas as descobertas recentes da ciência sugerem que sim, nós podemos. Estudos de todos os tipos de fragilidades humanas estão revelando meios para ajudar pessoas a mudar - não só através de regras ou bonificações financeiras, mas também por meio de sutis incentivos que preservam a liberdade de fazer escolhas ao mesmo tempo que nos encoraja a tomar melhores decisões, desde a adesão a planos de aposentadoria (no original o autor utiliza a expressão 401(k), que nos EUA representa um plano específico de aposentadoria bancado pelas empresas e com incentivo fiscal do governo) que nos exigem optar por poupar ou não por uma boa aposentadoria a aparelhos que nos avisam quanta energia estamos consumindo. Esses incentivos podem desencadear grandes mudanças; em 2001, uma pesquisa mostra que apenas 36% das mulheres aderiram a planos de aposentadoria quando tinham que se inscrever por ele, mas quando eram automaticamente inseridas em um plano de aposentadoria [sem nenhum trabalho para se inscrever e tendo a opção por não aceitar], 86% optavam por aderir ao plano.

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