quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Por que as mulheres teme em denunciar ?

Quem sabe você esteja pensando: Por que essas mulheres permanecem na relação violenta? “Se elas ficam é porque gostam de apanhar, não tem vergonha...”

Existem muitas razões para uma mulher não conseguir romper com o parceiro violento.Por isso, não cabe a nós julgar a vítima e sim entendê-la e ajudá-la a sair dessa situação.


VEJA ALGUMAS BARREIRAS QUE IMPEDEM O ROMPIMENTO DO VÍNCULO:
Risco de Rompimento

Freqüentemente vemos em jornais e outros meios de notícias de vários casos de mulheres que são mortas quando estão tentando deixar o agressor. As ameaças de morte, de tomar os filhos. Tornam-se mais freqüentes no período da separação. O homem (autor da violência) percebe que perdeu o controle sobre a mulher. Sem apoio necessário é muito difícil escapar da violência de alguém tão próximo.

Vergonha e medo

Imagine o que significa para uma mulher denunciar seu próprio parceiro!É diferente apontar um ladrão desconhecido que lhe assaltou. Para uma mulher é vergonhoso ver sua história de amor acabar em uma delegacia de polícia.

Esperança que o parceiro mude o comportamento

Um homem (autor de violência) faz mais do que pedir perdão, durante a fase da lua-de-mel. Ele admite que errou, procura ajuda, tratamento, igreja, grupos de auto-ajuda e jura que nunca mais voltará a agredir. Se a mulher ama seu companheiro, ela tenta evitar o fim de sua relação. Quem somos nós para julga-la por isso?

Isolamento

As mulheres que passam por violência doméstica perdem seus laços familiares e sociais. O homem (autor da violência) é muito mais ciumento e controla todos os atos e movimentos da mulher, impedindo-a que visite seus familiares, fale com vizinhos, trabalhe, estude e tenha amigos. Assim, fica muito difícil para a mulher, vítima da violência, ter com quem contar ou com quem possa a ajudar, pois as atitudes de seu parceiro fizeram com que ela se distanciasse dos amigos e parentes.


Negação social

Quando buscam ajuda, as vitimas de violência se defrontam algumas vezes, com pessoas despreparadas e desinformadas sobre o problema que elas estão vivendo. Cada vez que um médico, um psicólogo, um líder religioso, um policial ou um advogado as trata com indiferença, desconfiança ou desprezo, contribuem para aumentar a violência.Quando isso acontece, as vítimas perdem a esperança de encontrar apoio externo, e acabam se recolhendo, novamente, ao seu inferno particular.

Barreiras que impedem o rompimento

O homem (autor da violência) ao ver que a mulher está disposta a deixar a relação violenta, recorre a todo tipo de chantagem e ameaça:

• Requisita a custódia dos filhos;

• Nega o pagamento de pensão alimentícia;

• Interfere no trabalho da mulher;

• Tira a própria vida ou da mulher e dos filhos.

São muitas as dificuldades e poucos os recursos disponíveis para acolherem e protegerem a mulher e seus filhos em nossa sociedade.

Dependência econômica

Boa parte das mulheres que vivem em uma relação violenta, não tem qualificação profissional, e mantém uma dependência exclusiva dos rendimentos do homem (autor da violência). Daí, em pensar em deixar o parceiro é pensar em como irá sustentar a si e seus filhos.


Deixar a relação é um longo processo

Ao perceber a necessidade de escapar da relação violenta, a mulher tem um longo caminho a seguir:

• Preparar-se afetivamente para o desenlace;

• Preparar-se com segurança para a fuga;

• Preparar-se economicamente.

Essas iniciativas podem levar anos e esses esforços envolvem idas e vindas, avanços e recuos, tentativas e desistências. Acertos e erros. Essas oscilações são típicas de quem está em situação de violência.

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